O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) está trabalhando em um modelo que exija menor intervenção humana para garantir a separação, a segurança e o fluxo adequados nas operações de eVTOLs no Brasil. Isso representa uma mudança radical no padrão atual, no qual os controladores de tráfego aéreo definem as separações e os sequenciamentos de aviões e helicópteros.

É o que adiantou o Capitão Márcio André Silva, gerente do projeto de Mobilidade Aérea Urbana do Decea, no evento “eVTOLs e Vertiportos – Direito, Aviação e Mobilidade Urbana”, organizado pela Comissão de Direito Aeronáutico da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de São Paulo (OAB-SP).

“No que se espera para a evolução do UAM [Mobilidade Aérea Urbana], haverá uma escalabilidade muito grande. Se dimensionarmos o sistema da maneira de hoje, sendo gerenciado apenas por humanos, teríamos de criar novos órgãos de controle e colocar novas pessoas e isso ficaria praticamente inviável”, disse.

Assim como a tecnologia dos eVTOLs é disruptiva, é esperado que os órgãos de controle de tráfego sigam esse caminho. Por essa razão, a expectativa é de que a tecnologia exerça um papel preponderante no ecossistema onde terão de conviver aviões, helicópteros e eVTOLs.

“Pensamos em otimizar o uso de recursos humanos e buscar o uso da tecnologia. Algumas empresas estão se antecipando em tecnologias que supram essas demandas, para que possamos reduzir a complexidade e a subjetividade [do ser humano], buscando parâmetros mais delineados de forma que o sistema por si só possa realizar uma determinada função”, completa.

A previsão é de que os eVTOLs comecem a voar regularmente no Brasil em 2026, um prazo considerado curto para que todos os atores estejam no mesmo nível de maturidade. Por isso, segundo o capitão Márcio André Silva, o Decea deve realizar um trabalho de base, antes mesmo do processo de certificação das aeronaves, e com a participação do atual quadro de 3,5 mil controladores de tráfego aéreo para garantir um caminho seguro de operação.

“Nossos controladores de tráfego aéreo precisarão ser orientados. Eles estão acostumados a trabalhar no padrão atual, então eles precisarão ser informados, atualizados, treinados e capacitados”, afirmou.

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